segunda-feira, 25 de maio de 2009

Além do dia a dia...

Parece pseudo-cult, mas realmente é super-legal entitular minhas postagens com passagens de músicas dos Engenheiros do Hawaii. Costumo fazer isso no meu outro blog e não mudarei esse hábito aqui.
Uma frase extremamente curiosa e feliz, dita por Camus, será repartida entre meus queridos leitores: "Ninguém ri, a não ser os bêbados - e esses riem demais.". Um fato, mas vamos contextualizar a citação para que a mesma não seja mal interpretada como uma generalização? O contexto é uma cidade que presencia seu declínio mediante à Peste.
Minha visão relativa a frase supracitada é simples: apenas os que fogem de sua sã consciência têm a capacidade de abstrair um momento de sofrimento e viver, desconhecendo a dor como quem ignora os tempos atuais de cólera.
Não quero parecer trágico, tampouco pseudo-revolucionário-Che, mas é uma situação que me reflete os tempos atuais de miséria mundial, os países que, ao mesmo tempo, oferecem apoio aos enfermos e, de forma análoga aos bêbados, abstraem o momento e a população mundial que, em sua grande maioria, se recusa a ver além do dia-a-dia, aquém do próprio umbigo e de seu falso e limitado altruísmo. Sim, embarco neste carrossel, pois poderia estar fazendo MUITO mais do que apenas criar consciência.
Enfim, como em meu parágrafo anterior eu defini o mundo em uma função em R³, f(tempo, espaço, vida), desconheço algo além de um gráfico nublado e que não tem muita coisa a dizer. O objetivo real desta postagem é cortar algumas pálpebras: quero ver pessoas enxergando a realidade atual, mesmo sem querer vê-la. Com sorte, abro meus olhos, também.
Me despeço por aqui, queridos, com aquele beijo, aquele abraço, aquela coçadinha na bunda acompanhada pelos dois tapinhas nos ombros.
Rapaziada, fui.

2 comentários:

  1. "Sim, embarco neste carrossel, pois poderia estar fazendo MUITO mais do que apenas criar consciência."
    Síndrome de Herói?

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  2. Não precisamos nem ir tão longe pra experimentar tal abstração, basta passar por um mendigo e ignorá-lo. Eu sofro com isso toda vez que passo por algum pedinte, eu sofro da falta de amor pelo próximo para me desligar de racionalidades e ser caridosa, independentemente do destino da ajuda.

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