segunda-feira, 1 de novembro de 2010

You don't respect the words you're speaking...

... gone too far!
Boa noite!

Porei um trecho de algo que já escrevi que meio que se encaixa ao hoje.

"[...]

Falseei um passo ao descer do ônibus, mal de uma das pernas, e entre os burburinhos e sorrisos ébrios eu notei uma paisagem ao fim de um breu no caminho: havia uma igreja, uma igreja católica nos arredores da praça. Erguiam-se grades de cor cinza ao seu redor e seus muros eram alvos como uma alma deveria ser. O movimento era estático, como se toda a fé houvesse sido perdida, e todo o momento se perdia numa foto que se descolava da retina seca de um cético entre outros que aceitavam que se abandonasse a graça ao longo das iniqüidades que a vida nos oferece e nos obriga a receber. No topo da igreja, entretanto, havia algo que era tão comum entre as igrejas, todas as igrejas, e mesmo assim chamava minha atenção: o sino e a arquitetura que lhe cobria. Por algum motivo, as paredes que guardavam a fé que o sino propagava com o som traziam-me a segurança de ser um eterno espectador, acima dos demais, longe de qualquer perigo, longe de qualquer contato, longe de qualquer um. Havia qualquer coisa de megalomania naquela aproximação profana de tornar deus um mundano, eu sabia disso. Gostava.

[...]

O erro do ser humano talvez fosse procurar pela fé no alto de uma torre, em um sino qualquer. Talvez o erro fosse mais grave, mas jamais o mais tolo e, portanto, mais humano. Acho que isso justifica qualquer erro, justifica qualquer fé."

Recomendo um livro, A Tempestade, de Shakespeare.
Até logo e boa sorte!

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